sexta-feira, 8 de abril de 2016

A DOR

Quase sempre quando não quero ouvirdes, tu vens sem licença e fala sem meu consentimento.
Ah! Como desejarias não ter ouvidos naquela hora. Desejaria que um barulho de fim de mundo acontecesse pra não ouvirdes tuas breves palavras.
Palavras pequenas, tão pequenas...... que doerão por uma eternidade.
Aos poucos se desvanecerão, como que tivessem partido.
Mas estarão sempre adormecidas.

Tu algum dia as despertará novamente e não há coração que aguente, palavras tão simples e tão doentes.
Ah! Como desejarias que elas não me contaminassem.
Mas em frente a elas o egoísmo alça voos.

Tudo em vão, sempre foi.
Não há coisa que explique esse meu viver.
Passo dias alimentando exageradamente mágoas e em segundos tudo se acaba.
Retornemos ao zero. A dor se baseia na alegria.

O segredo para ser feliz, está em ser triste.


                                    ( melodramatologia)



sexta-feira, 1 de abril de 2016

ISMÁLIA - Alphonsus Guimarães

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
























Lulabel - DigitalArt