sexta-feira, 14 de agosto de 2015

                             PRECISAVA RELATAR

Me deparei com uma situação chata, onde uma senhora indagava uma mulher insistentemente. ''Quantos anos você tem? 37 respondeu. É casada? Eu não. Tem filhos? Não.'' E a conversa durou tempo necessário para que conclusões precipitadas fossem tiradas. A mulher seguiu a sua trajetória e foi-se embora. A senhora ficou e começou a indagar também as pessoas que estavam por perto, começou a buscar respostas sobre o ''porque a tal mulher não tinha se casado e nem ao menos tinha filhos''. A certa altura ela olhou profundamente para mim e disse: ''Aproveita minha filha que você ainda é novinha e arrume um casamento, depois que fica velha homem nenhum quer.'' Eu apenas sorri. Sai de lá pensando sobre como nós mulheres somos pressionadas e julgadas a todo momento. Um pouco antes de ter saído do local ainda tive a infelicidade de ouvir: "Sozinha e sem família aos 37? Deve ter dias que ela fica brigando com todo mundo, mulher com falta de macho é fogo.'' 




quinta-feira, 13 de agosto de 2015

               SOBRE AS RUIVAS ( Por William G. )

A mulher ruiva é complexa. Se ela não nasceu com o cabelo vermelho, ela pinta. Pinta para mostrar o que tem dentro dela: um vulcão em erupção. Pronto para explodir. Pronto para dizer que dentro desse corpo bate forte um coração. A mulher ruiva tem dentro de si um pouco do mundo. Tem angústia, decepções, sonhos, amores e dores.
Ela é determinada. Luta pelo que quer, independentemente do que vier. Sendo desse jeito, é óbvio que assusta os homens. Só sendo muito macho para aguentar a mulher ruiva. Afinal, ela é determinada e preenche seu tempo livre com arte, literatura, exposições, cinema e música. Todas essas coisas só reforçam seu estilo de ser. É isso que mantém o fogo aceso.
A ruiva acredita em príncipes encantados. Embora saiba que vive na realidade e que ele não pulará dos livros. Sabe que sua vida amorosa não é um conto de fadas. Pode ou não saber que, em partes, é sua culpa. Ela não deixou ninguém interferir em sua vida. Não abriu mão de nada por ninguém. O amor só sobrevive à base de concessões. E isso ela esqueceu de aprender.
Enquanto a morena é para casar, tantas decepções amorosas fazem parte do currículo da mulher ruiva que ela não sabe se o casamento foi feito para ela. Enquanto a loira faz as cabeças dos homens, a mulher ruiva faz questão de não ser somente um casinho passageiro na vida desses canalhas. A mulher ruiva só está sozinha por ser exigente demais. Está sozinha porque descobriu em si sua melhor companhia.
A mulher ruiva é como um palito de fósforo. Se você quiser, ele pode criar fogo. Se você quiser, ela pode queimar tudo. No fundo, ela é só uma menininha frágil que tenta se proteger de tudo. Tão frágil e com tanto medo de se quebrar que ela se tornou ruiva. A mulher ruiva não é só a cor de seu cabelo, é um estado de espírito. Ela é você. Ela sou eu. Existem várias espalhadas por aí.








segunda-feira, 10 de agosto de 2015

          O MUNDO DOS FELINOS E SUAS FOFICES



Sempre tive um afeto enorme pelos animais, dotado por um sentimento de acolhimento, de carinho, de amor mesmo sabe? Um amor puro, inocente. Me pego a toda hora tentando entender se eles são tão irracionais como dizem os estudiosos, por vezes me parecem tão mais racionais do que nossa humilde raça evoluída e destrutiva. Já salvei inúmeras formigas de afogamento na pia da cozinha, dei abrigo a um inseto inofensivo no toco de uma orquídea e ainda fui pesquisar sobre ele, descobrir seus hábitos ( era um Besouro Serrador rsrsr ).

Bem, mas dentre todos os animais, o que eu mais gosto é o tal do gato, já tive cinco deles, um casal uma vez e 3 separados, em épocas diferentes. Perdi todos! Perdi sem poder fazer nada a respeito, aguentando e vivendo a dor por dias calada. A minha primeira era uma gatinha linda de três cores, ela passava todos os dias na porta da minha sala toda magrela, arredia, medrosa... com o tempo começou a parar e nos olhar, nós a chamávamos ( minha família: Pai, Mãe e Irmão ) e com o passar dos dias ela acabou perdendo o temor e entrou pela casa de uma vez. Ela não conseguia miar, ela tentava mas não saia som algum. O chato era que ela tinha um lar, os seus donos moravam logo na rua de cima da minha casa, mas não cuidavam dela. Ela já era uma gata adulta e mesmo assim acostumou na nossa casa, pra falar a verdade ela se agarrou na gente e não saiu mais, ficou até quando a maldade humana permitiu. Nós começamos a alimenta-la todos os dias, arrumamos uma caixinha de papelão para ela na cobertura, ela foi engordando e finalmente miou. Miava a todo momento, que alegria. Mas uma pessoa sem coração a envenenou e depois minha mãe contou que ela faleceu grávida. Foi revoltando, de verdade, convivemos com ela por uns 3 meses.

Essa mesma pessoa envenenou o segundo gato que eu tive, ele era rajado de amarelo, chamava-se Zezinho, brincava de pique-esconde, era tão mansinho. Meu irmão chorou muito na época, convivemos com ele por um ano. A terceira era toda negrinha, linda demais, ela veio de repente e passou a fazer companhia para o Zezinho, mas um cão tirou sua vida e eu não tenho raiva dele, raiva nenhuma, convivemos com ela por dois meses. A terceira chegou aqui em casa trazida por um vizinho, ela era filhote ainda, devia ter uns 2 meses, estava toda pelada nas orelhinhas, magra, comia terra, isso mesmo, TERRA. Tivemos compaixão, tratamos dela, passamos remédio e ela recebeu o nome de Lili. Era branca com uma manchinha preta somente na testa, cresceu, ficou maravilhosa e ela adorava brincar com bolinhas de papel, ela era super inteligente, parecia um cão adestrado. Buscava todas as bolinhas e trazia pra gente com a boca.. Ela tinha um elo comigo, ela me esperava na chegada da aula, ela dormia na minha cama todo dia pela manhã, eu amava tanto ela, me arrisco a dizer que foi o animal que eu mais chorei dentre todos com a partida, chorei por dois dias seguidos e ainda choro ao relembrar. Ela morreu atropelada, acho que estava grávida, convivemos com ela por 4 meses.

Por último tive o Pretinho, um gato que chegou filhotinho também, todo arisco, dormia na lavanderia e não chorava a noite, acreditam? Ele ficou conosco por 2 anos, quando ele ficou doentinho, a família toda ficou preocupada, eu rezava todas as noites para que ele ficasse bom. Ele teve problemas urinários, mas graças a Deus e as medicações receitadas pelo veterinário ele se curou, gastamos o que não tínhamos, mas valeu a pena. Mas novamente ele foi tirado de nós, ficou muito agressivo, agressivo mesmo. As pessoas não acreditam quando contamos, mas é a verdade e ele foi doado. Tem dois anos que ele saiu da nossa companhia, da nossa casa e então está com 4 anos e meio atualmente. A última notícia que tive dele foi em abril deste ano, ele mora num lugar perto da natureza, as vezes acho que foi melhor assim. Chorei quando meu pai ligou contando dos planos, bateu uma dor no peito.  Quando vejo as pessoas contando o tempo que estão com seus animaizinhos, algumas dizem oito, dez, quinze anos.... sinceramente me pergunto o porque eu não consigo este feito. Queria tanto um laço afetivo assim com esse seres por longos anos. Mas o que eu passei com eles, o pouco tempo me fez uma pessoa melhor.

    Essas são algumas das várias fotos que guardo do meu Pretinho.